domingo, novembro 26, 2006

Post Mortem

Ora então boa noite!
Hoje venho partilhar mais uma das imensas coisas que me perturba a psique (vulgo mente): falecimentos e funerais! Tema do catano, hein?
Esta semana morreu um primo p'raí em 57.º grau do meu pai. Ok, coitado do senhor, sofria não sei do quê, foi hospitalizado, não se aguentou e foi desta p'ra melhor (ou não!). A família está chorosa e num momento de dor, é compreensível. Mas eu não, porra!
Não sinto absolutamente nada pela morte do cavalheiro em questão, e ao que consta, há muita gente que também não. Segundo o que sei, nem o nome de cavalheiro o indivíduo merece.
A questão é que tanto o meu pai, como a minha madrasta e até a mãe da minha madrasta (minha avó emprestada, portanto) estão a considerar ir amanhã ao funeral. Portanto, vão ao funeral de uma pessoa com quem não falavam, de quem não gostavam, cuja família não tem quaisquer tipo de relacionamento connosco, mas vão!
Eu que nunca tinha ouvido falar do homem (era conhecido por Zé Albano), durante o dia de hoje fiquei a saber que era uma peste e que passava grande parte dos seus dias a fazer-se a tudo o que era rabo de saias (leia-se elementos do sexo feminino; não se leia escoceses).
Contudo, no funeral de amanhã vão estar uma cambada de hipócritas que se sentiram na obrigação de ir prestar a última homenagem a um gajo que não suportavam! Porquê?
Porque raio as pessoas se sentem obrigadas a ir a eventos fúnebres com os quais não têm qualquer tipo de relação, e quando têm, é sempre negativa? Parece que estou a ver o diálogo num qualquer velório ou funeral:

-"Ah, as minhas condolências, menina Coisa."
-"Obrigada, senhor Coiso, conhecia bem o meu paizinho?"
-"Olhe, não, mas houve uma vez que ele se fez à minha esposa e eu lhe quis dar um par de sopapos, mas a coisa acabou por ficar por aí."
-"Ah, era um malandro, ele! Mas olhe, obrigado por vir, significa muito p'ra mim."
-"Ora essa, que espécie de pessoa era eu se não viesse?"

É isto meus amigos, que se passa um pouco por todas as igrejas e casas mortuárias deste país, bem como nos cemitérios. Pensem nisso...e digam qualquer coisa!


P.S.: É favor reparar no modo em como mais uma vez este vosso amigo (eu, portanto) mais uma vez não acabou um texto à la Pimpinha Jardim, usando as reticências. Podia perfeitamente acabar só com o "Pensem nisso...", mas não! Consegui acrescentar qualquer coisas mais, para bem da nossa querida e estimada Língua Portuguesa.
Note o leitor também, no trato com que mimo o falecido ao longo do texto: começa por "cavalheiro" e vai descambando por aí fora até à pérola "gajo". A minha pessoa é formidável, não é?

2 comentários:

Anónimo disse...

É. Admito que é ( formidável ).

Quanto a festividades funebres ( repare-se na ironia ) nunca as vivenciei, sendo portanto, completamente ingénuo nessa matéria. Fico-me pelo comentário à tua formidabilidade. :P
[].

Anónimo disse...

Presumo que seja por 2 razões que tal facto se verifica. em primeiro lugar, devido a um fascínio mórbido que nós enquanto seres humanos temos pela desgraça, é como abrandar para ver um acidente... em segundo lugar porque é algo que não se pode mm adiar... um aniversário, se faltarmos hão-de haver mais. um exame, há sepre a época de recurso. Até um casamento, o mais provável, hoje em dia, é que essas duas pessoas voltem a casar, mas um funeral é um evento único na vida de cada um (ou na morte, não sei bem)

P.S eu só muito raramente vou a tais eventos, portanto a minha opinião não é realmente fundamentada... só me apeteceu dizer kk coisa.lol