quinta-feira, janeiro 26, 2006

First Round

Portugueses, estamos safos, o Cavaco foi eleito! Isto é melhor que o regresso do D. Sebastião, do Salazar e do Esquadrão Classe A juntos (e as saudades que eu tinha deste último). Calma caro leitor, sou parvo, idiota, insano, deprimente mas nem tanto. Ainda não enlouqueci a ponto de achar que o Cavaco é o novo Messias! Não, só estamos safos porque assim somos poupados a uma Segunda Volta, o que é fantástico. Já imaginaram o que era levar outra vez com o Soares e companhia? E ter a Esquerda toda a votar no candidato que passasse? Xiça...já que temos que levar com um deles, que seja logo à Primeira Volta.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Rotina de um qualquer pensionista

82 anos, português, reformado. Este pensionista vagueia tristemente de terra em terra, procurando com quem se identificar ou talvez, alguém que o identifique. Com sérios preocupantes de memória, o nosso homem não sabe quem é, o que anda a fazer e porque raio tem gente a acompanhá-lo. Não se lembra de nada. Mentira! Sobra-lhe uma última memória, vaga mas persistente: há um fulano que o irrita solenemente, que o assusta, que lhe provoca suores incómodos. Não se lembra bem porquê, nem sequer quem é o sujeito em causa. Num (raro) acesso de memória lembra-se, um tal de Aníbal! Regozija-se por se lembrar do nome. Recosta-se na poltrona do confortável quarto onde está instalado questionando-se sobre o porquê de tanta irritação. Raios - exclama - não se lembra! Batem-lhe à porta. Sr. Doutor, são horas da palestra - informa-o uns dos estranhos que o costuma acompanhar. "Doutor", "Palestra"...tudo conceitos que lhe soam estranhamente familiares. Palestra? Com quem? E porquê? É arrastado por uma equipe de pessoas que o incentivam, alguns até lhe dão palmadinhas nas costas.
Quando dá por isso, encontra-se frente a uma multidão de máquina fotográfica apontada p'ra ele, munida de blocos de notas e gravadores. Pedem-lhe que dê inicío à sessão, que fale. Sobre quê? - pensa. A única coisa que lhe vem à cabeça é o tal Aníbal, o irritante Aníbal. Imediatamente solta um chorrilho de impropérios acerca do dito cujo. Aplaudem-no de pé. -alguém atira do meio da multidão. Sr. Doutor, o que acha do caso das escutas telefónicas? Não lhe parece uma perfeita injustiça? Sim - definitivamente a coisa soa-lhe mal - É preciso acabar com as escutas telefónicas! - diz, batendo estrondosamente com o punho na mesa, mostrando-se surpreendido por tal. Novo aplauso, pessoas levantam-se para lhe apertar a mão.
Correu bem
- diz o homem que há pouco o tinha chamado para a palestra. O nosso pensionista pergunta-lhe: Quem sou eu? O que faço aqui? O que se passa?. Ó Sr. Doutor, lá está o senhor outra vez na galhofa, saíu-me cá um prato. - é a resposta que ouve. Mandam-no descansar e dão-lhe o jornal para ler. Chegado ao quarto pára em frente ao grande espelho do hall de entrada. A imagem que lhe é devolvida é a de um homem a quem o tempo deixou claramente as suas marcas: rugas, sinais, olheiras, palidez, abatimento. Tudo isto lhe desagrada. Senta-se na poltrona e abre o jornal. Reconhece uma fotografia sua na página cinco. Lê-a com atenção e aprende que se chama Mário Soares e que é candidato à Presidência da República. Mas claro! Agora me lembro! - exclama. Recuperou a memória, lembra-se de tudo, quem é e o que anda a fazer. Deita-se, contente consigo próprio.

O despertador toca às 8:45 da manhã. Acorda assustado. O que faço aqui? Aliás, onde estou? Aliás, quem raio sou eu? - começa tudo de novo...o drama do pensionista.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Estas gajas, estas gajas...

Hoje aprendi mais umas coisas sobre o comportamento das mulheres. Estava eu com o meu belo grupo de amigos - composto (desta vez) pela Catarina, Mafalda e Tweety (nomes fictícios de forma a salvaguardar a privacidade e os interesses dos meus amigos) - no fantástico Bar do Átrio na nossa faculdade, quando começámos a observar uma conversa entre uma rapariga (que supostamente é gira, segundo a Mafalda) e um rapaz que é parecidíssimo ao Tweety, tirando o pormenor do cabelo. Portanto, o par estava animadamente na converseta, de pé, à entrada do bar. Até aqui nada de mal, tudo perfeitamente normal, certo? Pois, mas... ponto um: o rapaz tem namorada; ponto dois: segundo a Mafalda (e depois a Catarina prontamente corroborou a teoria) a rapariga estava a fazer-se descaradamente ao rapaz, e respirava amor e saltavam-lhe corações dos olhos. E agora o leitor pergunta: "sim, e então, porque é que eu estou a perder tempo a ler isto?" e eu respondo que sinceramente não sei, mas que já que está a ler, já agora leia até ao fim. Portanto a catraia estava-se a fazer ao moço, e porquê? Porque ao falar com ele, mexia repetidas vezes nos cabelos, estava sempre com uma cara risonha e com os olhos sempre muito abertos, como se assim o conseguisse ouvir melhor, sempre com muita atenção a tudo o que ele dizia. Estes são, segundo as nossas amigas, os sinais mais evidentes (gritantes mesmo) que uma rapariga está interessadíssima num rapaz. Eu nunca me tinha apercebido de nada disto. Sou o único ou há mais ignorantes a fazerem-me companhia? E depois uma pessoa começa a pensar: "'tão, mas quantas raparigas já não falaram comigo a mexer constantemente no cabelo...estariam todas apaixonadas? Nesse caso fico seriamente preocupado com a quantidade de pessoas com problemas de visão que por aí andam (o chamado 2 em 1: uma laracha misturada com um ataque de modéstia). Ou são pura e simplesmente vaidosas?". Pois é rapaziada, isto levanta toda uma nova onda de questões, logo agora que uma pessoa começa a pensar que já é alguém, que como tem 19 anos, domina um pouco a situação, já entende as mulheres, já não tem dúvidas. Quando pensamos que temos tudo isto...trau...elas arranjam mais alguma coisa para nos pôr a pensar...não é justo! Quantos de vocês já sabiam disto? E vocês, moçoilas que lêm esta lamúria, confirmam a teoria da Mafalda e da Catarina? Há mais alguns indícios evidentes para além dos óbvios? Contem-nos as vossas manhas!

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Confissões Exorcizadas

Seguindo o mote dado pelo excelente e bem organizado blog "Sorrisos aos molhos" (http://sorrisos-aos-molhos.blogspot.com) também eu vou exorcizar algumas coisas que, por vezes temos receio de admitir:

-Não acho piada absolutamente nenhuma ao Woody Allen;
-Acho Madredeus horrível, piroso mesmo;
-Nunca li Guerra e Paz (mas quero ler), nunca li Saramago (só tenho curiosidade acerca d'O Memorial do Convento) nem Gabriel Garcia Marquez;
-Nunca achei graça à série Friends;
-Não vi alguns dos ditos "must" tais como: O Carteiro de Pablo Neruda, O Paciente Inglês, Uma Mente Brilhante, O Pianista, Lawrence na Arábia;
-Detesto Jorge Palma e Sérgio Godinho;
-Não gosto de marisco, choco, lulas, polvo, manga, papaia, kiwi, melão, meloa, laranja, morangos, cerejas, ananás, abacaxi, pêssegos, etc.
-Estou convicto que o Benfica é realmente um bom clube cujos adeptos/simpatizantes são pessoas decentes;
-Acho que não tenho tantos amigos quanto isso, aliás acho que tenho mesmo muito poucos;
-Morro de vergonha de dizer a qualquer pessoa que estou apaixonado por ela, sou pouco confiante no que toca a relações (talvez não pareça) e prefiro sempre as frases indirectas, as trocas de olhares, cumplicidades (etc...) do que dizer um simples e sincero "gosto de ti".
É tudo...ou então não é, mas é um bom apanhado das principais confissões. Senão ficava aqui umas belas horinhas...beijos e abraços!

P.S.: Quem se quiser exorcizar, está à vontade...no fim dá uma sensação...diferente (ou então não dá e isto passa por propaganda enganosa).