sábado, maio 12, 2007

Je suis très content...

Fait-divers; Je-ne-sais-quois; Lamirè; Laissez-faire, Laissez aller, Laissez Passer.
O português adora galicismos!
A fim de abrilhantar uma frase, presenteamos os ouvintes com uma destas expressões. Ao ponto da comédia, porque o tuga, como é dado adquirido, quando não sabe, inventa.
Agora há uns dias, aquando de um jogo do Benfica contra uma agremiação de jogadores do outro lado da 2.ª Circular, os repórteres foram p'ra rua sequiosos de declarações do típico adepto benfiquista, aquele que corresponde fielmente ao estereótipo que os meus amigos usam p'ra me embaraçar (em português, nunca em castelhano) pela minha paixão clubística. Voltando aos repórteres - esses lobos esfomeados - obtiveram o que queriam. Verdadeiras pérolas que perdurarão até ao próximo clássico ou derby, imortalizadas actualmente através desse fenómeno de massas que dá pelo nome de YouTube. Um dos adeptos (benfiquistas, pois claro), quando questionado sobre o que tinha achado do jogo em questão respondeu da seguinte forma: "foi um fait-divers".
Este escriba sentiu tal irritação que teve vontade de efectuar uma entrada a pés juntos ao televisor. Mas controlei-me, para gáudio do bolso do meu pai (e da minha saúde).
Porque raio é que o tuga insiste nestas coisas? Não podemos passar sem os galicismos? Porque´é que tudo o que é francês é fino? Já assim é desde os tempos de D. João V (talvez até antes, mas das aulas de História só me lembro desse fenómeno a partir desta época).
Eça de Queiroz - genial como era - num artigo intitulado O Francesismo, de As Últimas Páginas, escreveu:
«Há já longos anos que eu lancei a fórmula: — Portugal é um país traduzido do francês em vernáculo. A secura, a impaciência, com que ela foi acolhida, provou-me irrecusavelmente que a minha fórmula era subtil, exacta, e se colava à realidade como uma pelica. E para lhe manter a superioridade preciosa da exactidão, fui bem depressa forçado a alterá-la, de acordo com a observação e a experiência. E de novo a lancei assim aperfeiçoada: — Portugal é um país traduzido do francês em calão. E desta vez a minha fórmula foi acolhida com simpatia, com rebuliço, e rolou de mão em mão como uma moeda de ouro bem cunhada.»
Pensai nisso, leitor. Au revoir

quarta-feira, maio 09, 2007

Tremoço

Informei-me com muitas pessoas e ninguém sabe; o que significa uma de duas coisas: ou, isto que trago a lume é realmente uma coisa deveras misteriosa e secreta, ou então só me dou com ignorantes que pouco ou nada sabem sobre o mundo.
Posto isto, resta a derradeira pergunta: O que é o tremoço?
Ok, é um aperitivo que acompanha de forma excepcional a bela imperial (mini para os pedreiros) nestes dias de extremo sol e calor que se têm sentido. Mas, fora isto, mais nada se sabe acerca do tremoço.

- Será que é um fruto seco que depois é demolhado numa qualquer solução salina?

- Será que cresce nas árvores, arbustos ou afins?

- É algo que é criado artificialmente numa fábrica, ou quem sabe num laboratório, será que é feito da mesma forma que os "mc nuggets"?

Enfim, são estas as opções que me ocorrem e estou algo tendente para uma delas (parece que no meio está a virtude) mas não tenho qualquer tipo de certeza e tendo em conta que gosto de saborear estas coisas, gostava mesmo de saber o que ando a comer... por favor, ajudem-me!

**** e [][]