Je suis très content...
O português adora galicismos!
Este escriba sentiu tal irritação que teve vontade de efectuar uma entrada a pés juntos ao televisor. Mas controlei-me, para gáudio do bolso do meu pai (e da minha saúde).
Porque raio é que o tuga insiste nestas coisas? Não podemos passar sem os galicismos? Porque´é que tudo o que é francês é fino? Já assim é desde os tempos de D. João V (talvez até antes, mas das aulas de História só me lembro desse fenómeno a partir desta época).
Eça de Queiroz - genial como era - num artigo intitulado O Francesismo, de As Últimas Páginas, escreveu:
«Há já longos anos que eu lancei a fórmula: — Portugal é um país traduzido do francês em vernáculo. A secura, a impaciência, com que ela foi acolhida, provou-me irrecusavelmente que a minha fórmula era subtil, exacta, e se colava à realidade como uma pelica. E para lhe manter a superioridade preciosa da exactidão, fui bem depressa forçado a alterá-la, de acordo com a observação e a experiência. E de novo a lancei assim aperfeiçoada: — Portugal é um país traduzido do francês em calão. E desta vez a minha fórmula foi acolhida com simpatia, com rebuliço, e rolou de mão em mão como uma moeda de ouro bem cunhada.»
Pensai nisso, leitor. Au revoir