sábado, fevereiro 21, 2009

Plato

Numa conversa estupidamente interessante sobre atracções, paixões, amor e outras coisas bonitas, abordou-se a questão da beleza platónica e, por consequência, do amor platónico.
A questão que me irritou é que a expressão "amor platónico" é usada de maneira frequente e errada. É como aquela gente que diz "literalmente" em quase tudo, porque querem empregar mais força ao que dizem. "Estou-me literalmente nas tintas para isso". Eu nem sei se isso é possível.
Nunca gostei de Filosofia! E aprendi muito pouco na escola sobre o tema. Ainda assim, acho que percebi a estória do amor platónico. Evitei 'googlar' a coisa para sair mais genuíno. Se estiver mal, é favor corrigir o escriba. Aqui vai.
Platão defendia que as almas, antes de incorporarem os seres humanos no estado físico, viviam num mundo superior, inteligível. Mundo esse onde se conheciam umas às outras no estado puro e perfeito, os chamados arquétipos (decorei isto porque adorei a palavra).
Uma vez chegando cá abaixo, começava a busca pelo arquétipo, a alma perfeita e pura. Assim, a beleza platónica não corresponde necessariamente à beleza física, podendo muito mais facilmente ser encontrada naquilo que temos por hábito designar de beleza interior. Quando ao amor platónico, consiste na busca da alma perfeita para a nossa. Aquela que uma vez conhecemos "lá em cima" e que nos complementava da melhor forma. No fundo é aquilo que as personagens do Sexo e a Cidade passavam a vida a fazer. Excepto a Samantha! Certo?
Errado! Platão defendia ainda que este tipo de amor não era erótico nem se baseava na atracção física. Era espiritual, fraternal, superior. Parece bonito, mas sem a parte sexual perde piada.
O giro é que o mesmo senhor que defendia a procura da alma gémea de forma totalmente desinteressada a nível sexual, gostava também de rapazinhos novos. E apesar de ser Platão, esta atracção era tudo menos platónica. Consta que inúmeros discípulos foram a casa do mestre jantar e no fim voltaram com um andar estranho. A Grécia antiga podia ser fascinante, mas era uma rebaldaria do pior. No fundo, um pouco como agora.
Julgo que é isto. Posso estar redondamente enganado. Se assim for, coloquem-me bambu por baixo das unhas, batam-me com paus carregados de pregos ferrugentos e com tétano. Mas é realmente das poucas coisas que me lembro de Filosofia.

3 comentários:

p disse...

"Consta que inúmeros discípulos foram a casa do mestre jantar e no fim voltaram com um andar estranho." ahahahahahhahahahaha o que eu me ri com isto!

disse...

Mas depois chegou a Igreja Cristã e acabou com a rebaldaria, ou pelo menos camuflou-a (acabei de descobrir que nao sei escrever esta palavra!! por isso nao sei se vai bem!)....

Eu sto englobada naparte da população que o amor platonico é aquele amor de fachada, em que é só de uma das partes, impossivel de se concretizar na realidade!

Vejamos, é mais lamechas, dava um filme romântico com um final drástico! E no fim ela descobriu que fora tudo só um sonho:p!

Anónimo disse...

fui 3 vezes para a rua a filosofia, e tinha média de 17. acho que isso traduz o asco com que eu ia para as aulas e o afinco com que estudava em casa,tipo damage control! O Platão não era aquele que andava todo porco na rua porque não ligava aos bens materiais?

p.s:será que a sic se inspirou na alegoria da caverna e criou o (falecido) programa acorrentados?