Je suis très content...
Fait-divers; Je-ne-sais-quois; Lamirè; Laissez-faire, Laissez aller, Laissez Passer.
O português adora galicismos!
O português adora galicismos!
A fim de abrilhantar uma frase, presenteamos os ouvintes com uma destas expressões. Ao ponto da comédia, porque o tuga, como é dado adquirido, quando não sabe, inventa.
Agora há uns dias, aquando de um jogo do Benfica contra uma agremiação de jogadores do outro lado da 2.ª Circular, os repórteres foram p'ra rua sequiosos de declarações do típico adepto benfiquista, aquele que corresponde fielmente ao estereótipo que os meus amigos usam p'ra me embaraçar (em português, nunca em castelhano) pela minha paixão clubística. Voltando aos repórteres - esses lobos esfomeados - obtiveram o que queriam. Verdadeiras pérolas que perdurarão até ao próximo clássico ou derby, imortalizadas actualmente através desse fenómeno de massas que dá pelo nome de YouTube. Um dos adeptos (benfiquistas, pois claro), quando questionado sobre o que tinha achado do jogo em questão respondeu da seguinte forma: "foi um fait-divers".
Este escriba sentiu tal irritação que teve vontade de efectuar uma entrada a pés juntos ao televisor. Mas controlei-me, para gáudio do bolso do meu pai (e da minha saúde).
Porque raio é que o tuga insiste nestas coisas? Não podemos passar sem os galicismos? Porque´é que tudo o que é francês é fino? Já assim é desde os tempos de D. João V (talvez até antes, mas das aulas de História só me lembro desse fenómeno a partir desta época).
Eça de Queiroz - genial como era - num artigo intitulado O Francesismo, de As Últimas Páginas, escreveu:
«Há já longos anos que eu lancei a fórmula: — Portugal é um país traduzido do francês em vernáculo. A secura, a impaciência, com que ela foi acolhida, provou-me irrecusavelmente que a minha fórmula era subtil, exacta, e se colava à realidade como uma pelica. E para lhe manter a superioridade preciosa da exactidão, fui bem depressa forçado a alterá-la, de acordo com a observação e a experiência. E de novo a lancei assim aperfeiçoada: — Portugal é um país traduzido do francês em calão. E desta vez a minha fórmula foi acolhida com simpatia, com rebuliço, e rolou de mão em mão como uma moeda de ouro bem cunhada.»
Pensai nisso, leitor. Au revoir
Este escriba sentiu tal irritação que teve vontade de efectuar uma entrada a pés juntos ao televisor. Mas controlei-me, para gáudio do bolso do meu pai (e da minha saúde).
Porque raio é que o tuga insiste nestas coisas? Não podemos passar sem os galicismos? Porque´é que tudo o que é francês é fino? Já assim é desde os tempos de D. João V (talvez até antes, mas das aulas de História só me lembro desse fenómeno a partir desta época).
Eça de Queiroz - genial como era - num artigo intitulado O Francesismo, de As Últimas Páginas, escreveu:
«Há já longos anos que eu lancei a fórmula: — Portugal é um país traduzido do francês em vernáculo. A secura, a impaciência, com que ela foi acolhida, provou-me irrecusavelmente que a minha fórmula era subtil, exacta, e se colava à realidade como uma pelica. E para lhe manter a superioridade preciosa da exactidão, fui bem depressa forçado a alterá-la, de acordo com a observação e a experiência. E de novo a lancei assim aperfeiçoada: — Portugal é um país traduzido do francês em calão. E desta vez a minha fórmula foi acolhida com simpatia, com rebuliço, e rolou de mão em mão como uma moeda de ouro bem cunhada.»
Pensai nisso, leitor. Au revoir
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