quarta-feira, março 28, 2007

Nós e Elas

O ser humano passa uma boa parte da sua vida a contrariar-se, a rumar contra os seus instintos. Isto porque possui uma coisa que dá pelo nome de consciência. Das poucas coisas que aprendi em Psicologia uma delas foi que a maior parte de nós possui Id, Ego e Superego. O Id é uma espécie de matéria em bruto, aquilo que nos caracteriza e que dá origem ao subconsciente. O Ego é a capacidade que temos de pensar em nós próprios enquanto seres neste mundo, a capacidade de dizer “eu gosto de chocolate”, por exemplo. O Jardel é desprovido de Ego, assim como o era Júlio César e alguns jogadores de futebol da actualidade (desconfio que no Império Romano ainda não se jogasse futebol) que falam na 3.ª pessoa. Já o Superego é a capacidade de reconhecermos os outros e de os inserirmos a eles e a nós no mundo, vivendo em sociedade e tal, o que nos permite ser racionais.

E porquê esta breve lição de Psicologia? Porque passamos o tempo todo a utilizar o Superego contra o Id! A contrariar-nos em tudo e mais alguma coisa.

O giro é quando essa contrariedade racional roça o nível sexual. Aí precisamos quase sempre de um espelho e de uma casa de banho. Alguém se lembra daquela cena do Pulp Fiction em que o Travolta se tenta convencer em frente a um espelho na casa-de-banho a não se envolver com a Uma Thurman, namorada do chefe dele (Laurence Fishburne)?

Pois nós somos assim! Sempre que sentimos que nos estamos a envolver com alguém que sabemos que não devemos, pedimos licença p’ra ir à casa de banho e ficamos lá uma série de tempo a falar p’ro espelho:

-“Calma rapaz, estás em casa dela, mas vais ter calma. Vais beber um copo, dizer que gostaste da noite, mas que tens que ir. Dás as boas noites educadamente e sais. É fácil, tu consegues. És um senhor, pá! Consegues de certeza”

São este tipo de coisas que dizemos p’ro espelho enquanto eles nos devolve as palavras. Imagino que as senhoras quando precisem também façam o mesmo. Ou não? Ah, não, as senhoras vão aos lavabos juntas, pois é! Então é isso! É p’ra conversarem e cuscarem à vontade. Enquanto nós usamos um espelho que nunca nos contraria, as meninas usam a amiga, que diz várias vezes:

-“Oh, não sejas parva, ele é giro, está bem que é namorado da Carla da contabilidade, mas se estão a dar um tempo... e além disso não vais casar com ele, é só one night stand, vai em frente amiga”.

Errei por muito? Aposto que não!

E qual é o resultado destes diferentes tipo de abordagem? Exactamente o mesmo! Ambos resultam no facto de a pessoa que está a fraquejar ceder e se deixar levar pelo momento. Amanhã é outro dia, logo se vê o que se faz. Certo?

Antigamente as mulheres eram mais racionais, frias e coiso. Hoje em dia, considero-as piores que nós, mais impulsivas, jogadores, controladoras e insaciáveis. Mas ao menos não se enganam a elas próprias, têm uma amiga para o fazer, é muito mais honesto! Nós por outro lado, enganamo-nos, somos enganados e gostamos! Gostamos de pela primeira vez na História da Humanidade (excepção feita às Amazonas), ser o sexo fraco a mandar.

Na minha opinião, estamos bem assim, mulheres ao poder. Todos precisamos de nos divertir um bocado e não haveria nada mais divertido de observar.

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